‘O ESGOTADO’
Tropecei neste título, através de
um escrito de Pedro Mexia, no Expresso de ontem, e pensei, que coisa mais
apropriada, para a atual situação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa. “O Esgotado”. Não é pela cena da feira do livro, com a cidadã "apescoçada"
por Marcelo, que à viva força queria dar a sua opinião sobre o tema dos protestos
da cidadã. Este é um episódio recorrente que, como alguém dizia, inscreve-se na
necessidade quase doentia de Marcelo de querer ser aceite por todos. Respeitar
o espaço dos outros é algo que Marcelo nunca entendeu, muito menos na cadeira
que ocupa. Foram quase dez anos de desperdício presidencial e de contributos medíocres,
quer para a democracia portuguesa, quer para o seu desenvolvimento político e
social. Nem na vertente externa, Marcelo deu um contributo significativo, para o
posicionamento de Portugal no contexto das nações. Populista «bacoco», foi
gastando energias na criação de condições adversas ao 25 de Abril, escusando-se
a praticar a democracia constitucional, abrindo caminho aos seus pares, sem
consideração pela vontade do povo expressa maioritariamente nas urnas. Dos já
oito anos de mandato, três foram gastos em dissoluções do parlamento e em
governos minoritários. Aqui chegados, Marcelo não se rendeu. Esgotou-se.
Há uns anos, para situações idênticas
hás de Marcelo, pedia-se que ‘terminasse o mandato com dignidade’. Hoje, o cansaço
e o desinteresse popular é de tal ordem, que toda a gente, literalmente,
está-se nas tintas para a forma como Marcelo termina o seu mandato. Até o seu séquito,
evita expressar-se. Todos estão cansados. Dir-se-á que Marcelo percebeu isso e
durante o primeiro semestre de 2025, quase não se mostrou nem se fez ouvir.
Aparentemente verdadeiro, com custos para o normal funcionamento das
instituições democráticas que, estando órfão da instituição presidencial, viu
acentuar-se a degradação das restantes instituições, com destaque para a Assembleia
da República, Governo e Tribunais. Ganhou o populismo partidário e as fórmulas antidemocráticas.
É confrangedor assistir ao
definhamento de um político que percorreu todo o estado democrático sem que se
possa apontar um contributo decisivo para o seu desenvolvimento e termine ‘Esgotado’,
«por não fazer nada».
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