domingo, 8 de junho de 2025

 ‘O ESGOTADO’

Tropecei neste título, através de um escrito de Pedro Mexia, no Expresso de ontem, e pensei, que coisa mais apropriada, para a atual situação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. “O Esgotado”. Não é pela cena da feira do livro, com a cidadã "apescoçada" por Marcelo, que à viva força queria dar a sua opinião sobre o tema dos protestos da cidadã. Este é um episódio recorrente que, como alguém dizia, inscreve-se na necessidade quase doentia de Marcelo de querer ser aceite por todos. Respeitar o espaço dos outros é algo que Marcelo nunca entendeu, muito menos na cadeira que ocupa. Foram quase dez anos de desperdício presidencial e de contributos medíocres, quer para a democracia portuguesa, quer para o seu desenvolvimento político e social. Nem na vertente externa, Marcelo deu um contributo significativo, para o posicionamento de Portugal no contexto das nações. Populista «bacoco», foi gastando energias na criação de condições adversas ao 25 de Abril, escusando-se a praticar a democracia constitucional, abrindo caminho aos seus pares, sem consideração pela vontade do povo expressa maioritariamente nas urnas. Dos já oito anos de mandato, três foram gastos em dissoluções do parlamento e em governos minoritários. Aqui chegados, Marcelo não se rendeu. Esgotou-se.

Há uns anos, para situações idênticas hás de Marcelo, pedia-se que ‘terminasse o mandato com dignidade’. Hoje, o cansaço e o desinteresse popular é de tal ordem, que toda a gente, literalmente, está-se nas tintas para a forma como Marcelo termina o seu mandato. Até o seu séquito, evita expressar-se. Todos estão cansados. Dir-se-á que Marcelo percebeu isso e durante o primeiro semestre de 2025, quase não se mostrou nem se fez ouvir. Aparentemente verdadeiro, com custos para o normal funcionamento das instituições democráticas que, estando órfão da instituição presidencial, viu acentuar-se a degradação das restantes instituições, com destaque para a Assembleia da República, Governo e Tribunais. Ganhou o populismo partidário e as fórmulas antidemocráticas.

É confrangedor assistir ao definhamento de um político que percorreu todo o estado democrático sem que se possa apontar um contributo decisivo para o seu desenvolvimento e termine ‘Esgotado’, «por não fazer nada».

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