José Manuel Fernandes (JMF), no
observador de hoje, com o título “Se isto é um primeiro-ministro”, inspira-se no
título de um romance sobre o Holocausto, a obra autobiográfica de Primo Levi “Se
isto é um homem”, para diabolizar a figura de António Costa. Na obra do autor
citado, sobrevivente de Auschwitz, vem
descrito como os prisioneiros acabavam facilmente a espezinhar outros
prisioneiros apenas para sobreviverem mais alguns dias ou algumas horas. JMF
lembrou-se desta obra e deste título, por
comparação com o lado mais negro da política, desta vez, segundo ele, protagonizado
por António Costa.
É, a todos os títulos, lamentável
esta alusão!
Porém, o título deste escrito e o
próprio conteúdo do texto de JMF, não devem ser vistos na ótica de um “judeu” que perdeu tudo, incluindo a
dignidade. O conteúdo deste texto deve ser vistos na ótica de um amanuense do
campo de Auschwitz, ou seja, daqueles não alemães que colaboravam com o regime
nazi no cometimento de algumas das piores atrocidades da época do Holocausto. O antissemitismo, o nacionalismo doentio, o
ódio étnico, o anticomunismo, e o oportunismo levaram muitos cidadãos das
nações ocupadas pela Alemanha a colaborar com o regime nazista para a
aniquilação dos judeus europeus.
JMF é um “colaborador” nato do “campo”
antidemocrático. JMF é um oportunista do sistema democrático nascido com o 25
de Abril de 1974, pois as suas raízes são filhas do obscurantismo e das
ideologias maoístas ligadas à então União Democrática Popular (UDP).
Dizia um camarada deste pacóvio,
em 1999: “Cumprindo o percurso previsível
de todo o esquerdismo inconsequente — como resultado da sua nulidade teórica,
que o levava a procurar refúgio seguro na recitação da cartilha; das suas
limitações na compreensão da realidade e na intervenção na política prática,
que o faziam virar-se para o seu interior e entreter-se com intermináveis
reuniões e periódicas campanhas de retificação; e do desprezo pelos interesses
do proletariado, que sacrificava à propaganda da revolução vindoura, tentando
assim preencher e caucionar uma existência vazia de conteúdo — do esquerdismo
comunista marxista-leninista-maoista pouco resta.”
Foi neste caldeirão antidemocrático
que este «escriba» politicamente se
formou.
Diz ele, em livro, “que, ao entrar na maioridade, come [çou]
cei a ter dúvidas. Depois das dúvidas
veio a refutação das falsas certezas, e à passagem dos 23 anos já compreendera
a fatal ilusão em que me deixara envolver. Libertei-me então da ratoeira ideológica
do marxismo e dessa sua declinação extrema, o maoismo.”
Havia todas as razões para
duvidar! O seu percurso desde a tal «maioridade» (aos 23 anos?) até hoje, às
portas de ‘matusalém’ têm mostrado um comportamento político errante com reflexos
na sua atividade profissional de jornalista (‘Publisher’), verdadeiramente deplorável.
O seu pensamento e posicionamento
filosófico/ideológico assenta nas premissas do grande líder e das vanguardas
batizadas do neoliberalismo de raiz fascistoides de que o movimento PáF, deu
esperança e acalentou o desejo na restauração dos “colaboradores” do “campo”,
de que JMF era um experiente e dedicado recandidato.
É legítimo perguntar, então, se isto é um jornalista?