“Brada aos céus!”
A Entidade Reguladora para a
Comunicação Social (ERC), no passado dia 19 de Junho de 2017, decidiu abrir um
processo de averiguações à cobertura jornalística do Jornal Nacional da TVI
sobre os acontecimentos em Pedrógão Grande.
Em comunicado (daquela data), o
regulador liderado por Carlos Magno informa que chegaram à ERC "mais de 100 participações que contestam o
plano televisivo em que aparece um dos cadáveres da tragédia, na referida
reportagem", realizada pela jornalista Judite Sousa. Acrescenta a ERC
que, “…, consciente do estado de choque
em que o país se encontra, sintoniza-se com a sociedade portuguesa e espera que
a comunicação social seja de uma sensibilidade profissional a toda a prova,
neste momento de luto nacional".
Sobre este processo de
averiguações, volvidos mais de 30 (trinta) dias, nada. Certo é que a TVI, já
tinha avisado que não recebia “…lições de
ninguém sobre sensibilidades profissionais".
O grave é que quer com a tragédia
de Pedrogão Grande quer com outras tragédias que lhe têm sucedido na área dos
incêndios como os dos distritos de Leiria, em Loures, em Coimbra, Góis, Mação, Moninhos/
Fundeiros, no concelho de Figueiró dos Vinhos (Leiria), distrito de Faro, em
Monte Ruivo, no concelho de Aljezur, outro em Vale de Lobo, no concelho de
Loulé, e já ontem, outro em Setúbal, todos têm sido tratados pela comunicação
social com total ausência de “sensibilidade
profissional”, pelo contrario, carregando ainda mais o momento de luto
nacional em que o país vive.
Desde a utilização de imagens de
arquivo para narrar acontecimentos presentes, passando pela exploração dos
sentimentos da população vítimas da tragédia, até à criação de um clima de
dúvida, receio e até suspeição sobre a eficácia das entidades de coordenação e
combate aos fogos culminando com a exploração até ao limite da contabilização
dos mortos, com gráficos pornográficos comentados por «coelhinhas», tudo tem sido feito aos olhos de todos incluindo da
ERC. Que fez esta entidade até hoje? Nada. Rigorosamente, nada!
A ERC que tem como principais
atribuições e competências, garantir o
respeito e proteção do público, dos direitos, liberdades e garantias pessoais e
do rigor, isenção e transparência na área da comunicação social, tem-se
portado como uma entidade fantoche incapaz de exercer os poderes que lhe estão
cometidos.
A ERC é, pois, um exemplo de
entidade, que precisa de uma rápida e eficaz remodelação, que lhe dê a credibilidade
perdida.
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