sábado, 1 de outubro de 2022

O CERCO DO COBARDE! – Parte XIII (A anexação de territórios rapinados)

Hoje, 30 de setembro de 2022, o presidente Putin consumou a anexação à Rússia dos territórios rapinados à Ucrânia, a saber: Kherson, Zaporíjia, Lugansk e Donetsk.

Estes territórios que são parte indissociável da nação ucraniana, foram objeto de referendos organizados e realizados por Moscovo no passado dia 26 de setembro, através de comissários seus enviados para cada uma daquelas regiões da Ucrânia.

 O resultado dos referendos, por obscenos, não merecem referência.

Esta violação grotesca do direito internacional e da integridade territorial da nação ucraniana é, acima de tudo, uma despudorada manifestação de terrorismo de Estado perpetrado por um país contra um seu vizinho, totalmente intolerável e condenável em pleno séc. XXI e representa uma provocação à comunidade internacional e uma ameaça à paz mundial, sem precedentes.

Dir-se-á que o mesmo se tem passado um pouco por todo o mundo. Com esta desfaçatez, não!

O dilema está instalado. A Ucrânia e a restante comunidade internacional não reconhecem a integração desses territórios na Rússia, daí manterem-se as ajudas incluindo militares à Ucrânia, bem como as sanções. A Ucrânia, para defender a sua soberania, vai tentar recuperar esses territórios, como fez e faz, de resto, na Crimeia. Resultado, os russos vão reagir com se os territórios fossem seus tentando inverter os papeis de invasor para invadido. Isto já foi declaradamente dito, pelo chefe dos invasores.

O que é mais assustador é que, para alem do descarado roubo de territórios à Ucrânia, a Rússia prepara-se para prolongar a guerra até á liquidação total deste país. Para isso, já fez um ensaio geral de mobilização da sua população para a guerra, à força, pois falta-lhe outros argumentos. Esta escalada militar, depois do falhanço do seu exército regular mais as forças mercenárias ao seu serviço, na Ucrânia, transporta o conflito para outra dimensão de resultados totalmente imprevisíveis. Ao envolver a sociedade civil russa na invasão, Putin demonstra um total desprezo pelos seus cidadãos e uma obsessão única. Restaurar a união soviética, sem comunismo, mas com totalitarismo e «assalto à mão armada».

Com o cinismo próprio dos déspotas, Putin diz que está a ser formada uma "ordem mundial mais justa" para se contrapor a "uma hegemonia unipolar", promovida pelo Ocidente, que disse estar "em colapso". Assumindo-se como o protagonista principal para a criação dessa “ordem mundial mais justa”, Putin, exemplifica através da invasão da Ucrânia, como o pretende fazer. Invasão militar de países vizinhos (e não só), desmembramentos desses países, nomeação de autoridades fantoches, para governar os escombros, eliminação de populações e símbolos nacionais, russificação dos territórios ocupados e campos de “filtragem” para os resistentes.

O Presidente russo, atribui os conflitos na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), incluindo o atual entre a Rússia e a Ucrânia, como causa do "colapso da União Soviética". Diz ele, "Basta olhar para o que está a acontecer agora entre a Rússia e a Ucrânia, o que está a acontecer nas fronteiras de alguns países da ex-União Soviética. Tudo isso, obviamente, é resultado do colapso da União Soviética", disse o líder russo, durante uma reunião com autoridades dos países membros da Comunidade de Estados Independentes (CEI), que reúne as ex-repúblicas soviéticas.

Dá para perceber a "ordem mundial mais justa" que Putin pretende construir.

Que se cuidam os países anteriormente pertencentes à União Soviética. E os outros também!

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