Hoje, 30 de setembro de 2022, o presidente Putin consumou a anexação à Rússia dos territórios rapinados à Ucrânia, a saber: Kherson, Zaporíjia, Lugansk e Donetsk.
Estes territórios que são parte
indissociável da nação ucraniana, foram objeto de referendos organizados e
realizados por Moscovo no passado dia 26 de setembro, através de comissários
seus enviados para cada uma daquelas regiões da Ucrânia.
O resultado dos referendos, por obscenos, não
merecem referência.
Esta violação grotesca do direito
internacional e da integridade territorial da nação ucraniana é, acima de tudo,
uma despudorada manifestação de terrorismo de Estado perpetrado por um país
contra um seu vizinho, totalmente intolerável e condenável em pleno séc. XXI e
representa uma provocação à comunidade internacional e uma ameaça à paz mundial,
sem precedentes.
Dir-se-á que o mesmo se tem
passado um pouco por todo o mundo. Com esta desfaçatez, não!
O dilema está instalado. A
Ucrânia e a restante comunidade internacional não reconhecem a integração
desses territórios na Rússia, daí manterem-se as ajudas incluindo militares à Ucrânia,
bem como as sanções. A Ucrânia, para defender a sua soberania, vai tentar
recuperar esses territórios, como fez e faz, de resto, na Crimeia. Resultado,
os russos vão reagir com se os territórios fossem seus tentando inverter os
papeis de invasor para invadido. Isto já foi declaradamente dito, pelo chefe
dos invasores.
O que é mais assustador é que,
para alem do descarado roubo de territórios à Ucrânia, a Rússia prepara-se para
prolongar a guerra até á liquidação total deste país. Para isso, já fez um
ensaio geral de mobilização da sua população para a guerra, à força, pois
falta-lhe outros argumentos. Esta escalada militar, depois do falhanço do seu
exército regular mais as forças mercenárias ao seu serviço, na Ucrânia, transporta
o conflito para outra dimensão de resultados totalmente imprevisíveis. Ao
envolver a sociedade civil russa na invasão, Putin demonstra um total desprezo
pelos seus cidadãos e uma obsessão única. Restaurar a união soviética, sem
comunismo, mas com totalitarismo e «assalto à mão armada».
Com o cinismo próprio dos déspotas,
Putin diz que está a ser formada uma "ordem mundial mais justa" para
se contrapor a "uma hegemonia unipolar", promovida pelo Ocidente, que
disse estar "em colapso". Assumindo-se como o protagonista principal
para a criação dessa “ordem mundial mais justa”, Putin, exemplifica através da
invasão da Ucrânia, como o pretende fazer. Invasão militar de países vizinhos
(e não só), desmembramentos desses países, nomeação de autoridades fantoches,
para governar os escombros, eliminação de populações e símbolos nacionais,
russificação dos territórios ocupados e campos de “filtragem” para os
resistentes.
O Presidente russo, atribui os conflitos
na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), incluindo o atual
entre a Rússia e a Ucrânia, como causa do "colapso da União
Soviética". Diz ele, "Basta olhar para o que está a acontecer agora
entre a Rússia e a Ucrânia, o que está a acontecer nas fronteiras de alguns
países da ex-União Soviética. Tudo isso, obviamente, é resultado do colapso da
União Soviética", disse o líder russo, durante uma reunião com autoridades
dos países membros da Comunidade de Estados Independentes (CEI), que reúne as
ex-repúblicas soviéticas.
Dá para perceber a "ordem mundial
mais justa" que Putin pretende construir.
Que se cuidam os países
anteriormente pertencentes à União Soviética. E os outros também!
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