Os militantes dirigentes e os dirigentes militantes do PCP, pós 25 de abril, são uns desenraizados político ideológicos, que vivem das “cassetes” do passado e dos sound bites do presente, sem referências ideológicas recentes a que se possam agarrar. Navegam, por isso, no limbo político/ideológico de um Maduro e de um Putin e, quando sendo necessário, de um Kim Jong-un. Estas “referências” são o que resta ao partido comunista português e aos seus “jovens” militantes e dirigentes que, como hoje se diz, constroem a sua narrativa em torno de um negacionismo democrático e plural de esquerda. Preferem erigir bandeiras de um passado não tão glorioso como isso a fazerem parte de uma solução política que o povo adira sem reservas. O caminho faz-se caminhando, como alguém dizia. A democracia, pluralista, ainda que imperfeita, é reconhecidamente melhor quer uma ditadura, seja do proletariado ou não. Os “jovens” militantes dirigentes do PCP, só conhecem esta realidade pelas “cassetes”, pelos livros ou pelos seus dirigentes “heroicos” em fim de jornada, como o estimável Jerónimo de Sousa. Estas “lendas”, ainda assim menores, comparadas com um Álvaro Cunhal, não são suficientes para dar substância e crédito ao PCP. Definham, não porque sejam vítimas de perseguição (como no passado), mas porque estamos no século XXI e as exigências atuais vão muito para além de uma luta do proletariado que hoje assume uma dimensão e realidade totalmente distintas. Não reconhecer isso, é negar uma evidência. Como alguém dizia o “proletariado” atual (provavelmente) começa nas “fábricas digitais e telemóveis” e não nas fábricas tradicionais de Marx. Querer fazer parte do presente e do futuro com ideias de um passado distante e sem brilho que os povos repudiaram, é um “faz-de-conta” intolerável para os desafios de hoje.
“A Ucrânia está a sofrer. O
povo ucraniano está a morrer. Na Ucrânia estão a ser praticados crimes de
guerra. Um Estado de Direito não tolera o crime e a morte de pessoas inocentes
(...) Que o desespero de uma nação massacrada vos pese na consciência”, lia-se,
numa declaração enviada ao PCP.
Nós dizemos, nenhum país tem o
direito de invadir militarmente outro país, seja por que razão for. Nenhum Putin
tem o direito de querer impor aos países vizinhos o seu Lukashenko. Não
há nenhuma razão válida para apoiar esta invasão militar da Rússia à Ucrânia. A
NATO é (foi) um pretexto, tanto mais que se encontrava moribunda. “Bater em mortos”,
foi o lema de Putin para desencadear esta guerra. Kiev é uma obsessão de Putin
com Berlim foi uma obsessão de Stalin. Talvez os “camaradas”, ainda não se
tenham apercebido disso…!
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