Não esperem do capitalismo financeiro, outra atitude que não seja a de cobrar rendas dos investimentos que fazem … no dinheiro. Portanto, para estes investidores, não há serviços essenciais e muito menos uma pandemia. Há serviços rentáveis e como tal devem ser explorados, nessa vertente de rentabilidade. Ora nessa vertente, o nosso país não é homogéneo e por isso não é tratado por igual, por estes operadores. Zonas de baixa densidade populacional não são servidas por estes meios tecnológicos mais atuais e sofisticados, simplesmente porque não dão lucro. E assim sendo, não haverá resposta positiva dos Barões financeiros das comunicações, enquanto o governo de Portugal, não seguir o exemplo de outros países da Europa, que elegerem a internet como um bem essencial. E já o devia ter feito, já que na primeira fase da pandemia, ficaram evidentes as necessidades nesta matéria quer para as escolas, quer para outras áreas onde o apoio à distância só se pode efetuar através destes meios
Maior fragilidade, sem dúvida, o apoio ao
ensino à distância. E aqui, não há desculpas. Há cerca de um ano atrás
previa-se esta necessidade absoluta. Um ano depois, governo, entidade
reguladora, ministério de educação, autarquias, etc., com ou sem culpa, mais
uma vez deixaram largas faixas das populações de fora e consequentemente as
suas sociedades educativas, sem os meios para promover o ensino à distância. E
aqui, sem peias, é preciso perguntar se a internet, hoje, é ou não um bem
essencial de primeira necessidade. A resposta a esta questão, poderá legitimar
ou não a intervenção do governo, de uma forma mais musculada e impositiva.
Se
admitirmos que a internet é um bem de primeira necessidade e um direito
essencial, como a saúde e a educação, então está na hora de o governo prever a
nacionalização de uma empresa desta órbita e colocar nas mãos do Estado um robusto
projeto de infraestruturas, a ser pago por um novo imposto sobre os gigantes da
tecnologia que cubra os custos de lançamento e de manutenção do serviço estatal,
que deverá ser tendencialmente gratuito.
É
uma vergonha, verificar o que a pandemia destapou, em Portugal. Enormes
comunidades, quer de estudantes quer da população em geral, sem acesso à rede
ou pura e simplesmente, sem qualquer suporte de comunicação, à distância. A
internet, é hoje uma ferramenta essencial de comunicação e educação, permitindo
a inserção integral na sociedade.
A
lentidão com que o problema está a ser atalhado no nosso país é confrangedor. Os
operadores entendem que não são a “santa casa da misericórdia” das comunicações
e as populações do interior e as famílias mais necessitadas e os filhos destas
sofrem as consequências, desta política gananciosa.
O
Governo, perante esta crise, tem de ser mais afirmativo!