segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

“O EXÉRCITO RUSSO A TOQUE DE “WAGNER”

Quase um ano após a invasão da Ucrânia, o exército russo mostrou estar nas antípodas de uma estrutura hierarquicamente organizada altamente profissionalizada e, sobretudo, estruturalmente disciplinada. A troca de chefias superiores é quase ao ritmo de cada batalha. Percebe-se a dificuldade. Não gabo a sorte aos generais substituídos, geralmente, sob o rótulo da incompetência. Percebe-se a dificuldade, dizia eu. Putin, usou o seu exército para competir com outras duas estruturas, estas mercenárias. O “grupo Wagner” e   as “Milícias chechenas de Kadyrov”, na invasão da Ucrânia, tudo isto sob um comando único de um general, Valery Gerasimov, comandante principal do Exército russo na Ucrânia. Imaginem um exército, como o russo, cujo alvos militares são civis, estruturas civis, hospitais, lares, creches, centrais de eletricidade, água e gás, enfim, tudo o que civilmente mexe. O exército russo descredibilizou-se ao ponto de os mercenários entenderem que aquele é o seu principal inimigo. “É a nossa ameaça mais séria”, diz o líder do grupo Wagner criticando os "dirigentes políticos que se querem manter no lugar", apontando a mira ao ministro da Defesa russo. Naturalmente que as tropas russas, são “carne para canhão”. Os recrutamentos maciços de jovens russos sem qualquer experiência e treino militar, para uma guerra que não é deles, é a prova provada que Putin não tem qualquer respeito pelas suas populações e está disposto a sacrificar gerações por desígnios pouco claros e de contornos mercenários. A "tática de terra queimada" da Rússia "só fortalece a determinação e a perseverança da Ucrânia e os seus parceiros". "O terror causado pelas bombas e mísseis russos é um ato de desespero", que apenas reforça o pecúlio dos mercenários e alimenta os agentes da guerra suja. Putin e as hierarquias militares russas transformaram-se nas marionetes do arsenal bélico mundial, assente no tráfico de armas oriundo de países párias da sociedade mundial. A Ucrânia não é nem nunca foi um alvo militar. A Ucrânia é para a Rússia “um fruto proibido”. E de o ser, aguça o apetite insaciável da “Mãe Russa”, cuja “fertilidade” não está na conceção, mas antes e sobretudo na rapina ou mais pomposamente na absorção. Ocupar territórios estrangeiros e proceder à sua russificação é o mesmo que os laboratórios nazis faziam nas experiências para a criação do homem “bacteriologicamente puro”, ou seja, uma suposta raça comum aos indo-europeus e aos seus descendentes não miscigenados com outros povos.

A Rússia de Putin já não tem grandeza, a não ser de tamanho. Definha nas alianças e suplica o apoio de “Mao”. Retirou a Rússia dos palcos mundiais desde a ciência às artes e ao desporto e mingou no petróleo e no gás os principais fluxos de receita da Rússia, onde cada vez é mais difícil para Putin substituir a Europa como cliente. As exportações de petróleo russo caíram 54% na primeira semana da proibição, e o banco central da Rússia alertou que as novas sanções eram "choques económicos".

O custo da mercenarização da invasão e guerra na Ucrânia, depaupera dia para dia a vida de cada cidadão russo e empobrece e mutila milhares de lares da federação.

O fracasso militar russo na Ucrânia (que só tem paralelo em outra aventura recente da Rússia no Afeganistão), é bem demonstrativo do estado de desenvolvimento em que se encontra a “Mãe Russa” e do obscurantismo e nepotismo a que está vetada.

Submeter um exército regular aos ditames dos mercenários do “grupo Wagner” e das “Milícias chechenas de Kadyrov”, é humilhar um povo à condição mais primária da barbárie e da indignidade.

Entretanto, um ex-comandante do grupo mercenário russo Wagner revelou (em, 16-01-2023), ter fugido da Rússia para a Noruega, escapando de cães de guarda enquanto o serviço federal de segurança (ex-KGB) tentava alvejá-lo pelas costas.

A história os julgará.

 

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