sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A Lista de Candidatos


 Deverá ter terminado o processo interno nos partidos da escolha de candidaturas a deputados para as próximas eleições legislativas que se deverão realizar em outubro deste ano. Seria muito importante que os partidos se preocupassem com cada um dos seus candidatos escolhidos, designadamente, em matéria de honorabilidade, integridade, honradez, consciência do interesse público, vocação politica, disponibilidade integral para o cargo, etc., etc.

Não se justifica a menorização do Estado de direito democrático através da escolha de representantes de fraca qualidade e muitas vezes de honorabilidade duvidosa. Os partidos até aqui têm dado mais importância à ligação do candidato ao partido e ao seu grau de subserviência quase cega ao “apparatchik”. Isto é patente no processo interno de escolha de candidatos, que é, em regra, uma luta “fratricida” por um lugar protagonizada pelos candidatos e as direções partidárias, que pretendem assegurar (salvo o exagero), o «pensamento único».

Por isso a democracia empobrece, em cada eleição que passa. Por isso os eleitores se desmotivam e as taxas de participação tendem a refletir este estado de coisas. Está na hora, de novo, de os partidos deixarem de olhar para dentro e preocuparem-se seriamente com o país. Está na hora de haver mais rigor na escolha dos candidatos que sejam garantes da democracia de qualidade para todos e não de indivíduos que usam a democracia para a sua degradação senão mesmo denegação.  

Se os partidos forem exigentes nas escolhas, como devem ser, previnem a proliferação de “verbos de encher” que pouco ou nada têm contribuído para o crescimento da nossa democracia, como se tem visto ao longo destes anos. As “maças podres” devem ser retiradas do cesto antes que contaminem as restantes.

Não faltam exemplos de, por pura tática político-partidária, o país ter sido representado por indivíduos que no parlamento, no governo, nas autarquias, etc., mostraram não ser dignos do mandato que o povo lhes tinha confiado, agindo em muitos casos, contra os interesses do seu próprio país.

Quarenta e três anos depois das primeiras eleições legislativas livres e democráticas, após o 25 de Abril de 1974, das quais saíram um conjunto de tribunos e governantes de estirpe elevada, é hora de devolver ao povo e à democracia portuguesa essa qualidade perdida.

Esta é uma exigência que, em primeira linha, é da responsabilidade dos partidos.




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