quinta-feira, 4 de julho de 2019

"Lamento que chamem geringonça ao Governo do meu país.” (Coronel Costa Braz - "Capitão de Abril")



Na passada segunda-feira (01/07), morreu o historiador e jurista de mérito António Manuel Hespanha. O Professor Hespanha foi um democrata convicto e um homem de ideais e saberes. Todos aqueles, como eu, que tiveram o privilégio de receber os seus ensinamentos, estar-lhe-ão sempre gratos. Aliás, as manifestações públicas que recebeu, são a prova de que estávamos perante alguém de exceção. É, pois, uma perda irreparável.

Na terça-feira (02/07), morreu um homem de Abril, o Coronel Costa Brás.
Costa Braz fez parte do grupo que preparou o 25 de Abril e, posteriormente, do Grupo dos 9, que normalizou a democracia em Portugal no verão de 1975. O Coronel Costa Brás, foi o primeiro Provedor de Justiça português, tendo assumido durante uma década, entre 1983 e 93, o cargo de Alto-Comissário contra a Corrupção.
Também neste caso tive o privilégio de conhecer pessoalmente o Coronel Costa Brás, de quem tenho gratas memórias e, como Português, estou infinitamente grato pelo que ele fez pela instauração e consolidação da democracia em Portugal. Como homem e militar que se dedicou à causa pública, o país só tem a agradecer o seu contributo absolutamente desinteressado. O Coronel Costa Brás era de uma estatura impar e de uma lisura a toda a prova. Quando olhamos em redor, choca a disparidade atualmente existente entre aqueles que se servem da causa pública e aqueles, como ele, que se dedicaram de coração ao interesse público.
O Portugal atual, mais uma vez, mostra não estar à altura da grandeza destes homens de Abril, “que por obras valerosas/Se vão da lei da morte libertando …”

A minha modesta homenagem a este distintíssimo “Capitão de Abril”

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