Na passada segunda-feira (01/07),
morreu o historiador e jurista de mérito António Manuel Hespanha. O Professor
Hespanha foi um democrata convicto e um homem de ideais e saberes. Todos
aqueles, como eu, que tiveram o privilégio de receber os seus ensinamentos,
estar-lhe-ão sempre gratos. Aliás, as manifestações públicas que recebeu, são a
prova de que estávamos perante alguém de exceção. É, pois, uma perda
irreparável.
Na terça-feira (02/07), morreu um
homem de Abril, o Coronel Costa Brás.
Costa Braz fez parte do grupo que
preparou o 25 de Abril e, posteriormente, do Grupo dos 9, que normalizou a
democracia em Portugal no verão de 1975. O Coronel Costa Brás, foi o primeiro
Provedor de Justiça português, tendo assumido durante uma década, entre 1983 e
93, o cargo de Alto-Comissário contra a Corrupção.
Também neste caso tive o privilégio
de conhecer pessoalmente o Coronel Costa Brás, de quem tenho gratas memórias e,
como Português, estou infinitamente grato pelo que ele fez pela instauração e
consolidação da democracia em Portugal. Como homem e militar que se dedicou à
causa pública, o país só tem a agradecer o seu contributo absolutamente desinteressado.
O Coronel Costa Brás era de uma estatura impar e de uma lisura a toda a prova. Quando
olhamos em redor, choca a disparidade atualmente existente entre aqueles que se
servem da causa pública e aqueles, como ele, que se dedicaram de coração ao interesse
público.
O Portugal atual, mais uma vez, mostra
não estar à altura da grandeza destes homens de Abril, “que por obras valerosas/Se vão da lei da morte libertando …”
A minha modesta homenagem a este distintíssimo
“Capitão de Abril”
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