As adesões não se fizeram
esperar. Ou melhor dizendo, uma adesão não se fez esperar
Só um aparte. Isto que eu vou
contar é um pouco como um GNR na minha terra, nos idos de 50 do século passado,
que implicava sempre que via eu e os meus amigos a falar na esquina de um
prédio da nossa rua. Dizia ele, com a autoridade que lhe estava outorgada, o
seguinte: “Eu já vos disse que não quero
ajuntamentos a mais de uma pessoa”. Dixit
Aqui passou-se o mesmo. João
Miguel Tavares, arregimentou imediatamente um aderente, que o fez saber nas
páginas do mesmo jornal (?) “Público”, em artigo publicado no dia 17-02-2016,
intitulado «Ser Liberal, sem rodeios nem
receios».
Só mais um aparte. O que é isto
de ser liberal?
O ponto central do liberalismo é
a ênfase na liberdade dos indivíduos, com igualdade de direitos jurídicos e
políticos, mas cujas ações devem ser recompensadas de acordo com os talentos
individuais e disposição para o trabalho, ou seja, com o uso que cada indivíduo
faz de sua liberdade, como podemos perceber no próprio sentido da palavra
“liberal”, que deriva do latim “liber” e “referia-se a uma classe de homens
livres; em outras palavras, homens que não eram nem servos nem escravos [...]
passou a ser cada vez mais associado a ideias de liberdade de escolha”
(HEYWOOD, 2010, p. 37).
Assim, o Liberalismo pode ser
definido como um conjunto de princípios e teorias políticas, que apresenta como
ponto principal a defesa da liberdade política e económica. Neste sentido, os
liberais são contrários ao forte controle do Estado na economia e na vida das
pessoas.
Ou, como diz (JMT) “… um país menos dependente do Estado e onde
a liberdade de cada indivíduo seja valorizada como merece. Infelizmente, a
direita parece ter assimilado a patranha do “terrível neoliberalismo”, e
engolir tal tese significa ter vergonha de lutar por um Estado menor e mais
eficiente, que não seja o alfa e o ómega da pátria.”
Como alguém ensinava, o liberalismo “é uma doutrina política e não económica.
Procura conciliar dois sentimentos humanos conflituantes, o desejo ser livre e
o de viver em sociedade.
Liberais das
diferentes correntes só têm em comum a defesa do estado de direito…O
liberalismo inspirou na época, a Independência Americana e a Revolução
Francesa…”.
Com raízes nas ideias liberais
defendidas pelo Fisiocratismo o Liberalismo Económico surge na Europa e na
América no final do Séc. XXVIII associado ao liberalismo político nascido
nas Revoluções Americana e Francesa. Segundo esta doutrina económica, deve ser
colocada a ênfase na liberdade de iniciativa económica, na livre circulação da
riqueza, na valorização do trabalho humano e na economia de mercado (defesa da
livre concorrência, do livre cambismo e da lei da procura e da oferta como
mecanismo de regulação do mercado), opondo-se assim ao intervencionismo do
Estado e à adoção de medidas restritivas e protecionistas defendidas pelo
Mercantilismo.
Fechando o parêntesis, estas parecem
ser as grandes ideias básicas dos atuais defensores (dois) dos princípios
liberais.
Curioso é verificar, porém, que o “liberal” «Ser Liberal, sem rodeios nem receios», fez todo o seu percurso na administração pública, como ele próprio informa: Trabalho na Câmara Municipal de Cascais, no Departamento de Comunicação. Trabalho como repórter, escrevo conteúdos para a página on-line. E em resposta às perguntas, Como concilia tudo? Na função pública não tem um horário para cumprir? Responde: “Existe um horário, embora no meu caso seja, em regime de exceção, flexível. Eu já trazia um embalo de ator de seis anos e eles compreendem que tenho sede de mais coisas e, por isso, não me castram, são absolutamente porreiros comigo.” (FLASH! Vidas, 19-05-2012).
Até para os liberais a vida é madrasta. Pessoas que defendem a iniciativa privada como o motor ideal da livre concorrência, do livre cambismo e da lei da procura e da oferta como mecanismo de regulação do mercado, vêm-se “sujeitas” ao emprego público e ainda por cima com «benesses».
É claro que assim, todos querem ser liberais.
Já JMT, como liberal, também participa em programas “com o apoio à produção” de entidades públicas ou congéneres (ex. “Braga 2012: Capital Europeia da Juventude”).
Claro que esta história de menos Estado na economia “é a gente a falar”. Sobretudo se isso afeta cada um dos “liberais” de «per si».
Cada liberal, de percurso estatizante, o que quer é assumir-se como Foodie e Gourmand e mais nada.
Quem não gosta que “atire a
primeira pedra”!...
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