sexta-feira, 31 de maio de 2024

 A MADEIRA, ‘NÃO ATA NEM DESATA’!

Mais uma vez, o povo da Madeira perdeu. Das eleições regionais de domingo, o quadro político ficou na mesma, para pior. Ganhou quem não pode perder e perdeu quem não construiu para ganhar. O povo madeirense, dificilmente se libertará do ‘voto cativo’, vítima do despotismo atávico e dos meios de comunicação que inoculam a submissão. É assim, à décadas.

É penoso assistir a esta resistência ao desenvolvimento e bem-estar geral das populações madeirenses. Uma ‘casta’ desavinda do ‘jardinismo’, com tiques de extrema-direita, tomou conta dos destinos da região e com mais escândalo menos escândalo, mais suspeita menos suspeita, lá vai continuando a impedir que a região progrida e povo saia do miserabilismo em que se encontra.

Segundo Alberto João Jardim, “O madeirense tem um certo receio de votar, só muda pela certa”. Até poderia ser isso, porém, o intrincado jogo de interesses público privados, arrasta atrás de si uma falange de cidadãos dependentes que por si, seus familiares e amigos, asseguram o ‘voto cativo’, moeda de troca em curso na região, para qualquer eleição. Disso sabe bem, Alberto João Jardim, e os seus ‘delfins’, ainda que desavindos, aprenderam a lição. O atual líder madeirense é o espelho do imobilismo e do compadrio sem rebuços. Novamente indigitado, o cárcere à democracia madeirense, continua ativo e a menos que haja um sobressalto cívico o desenvolvimento da região continuará estagnado.     

domingo, 26 de maio de 2024

 20 ANOS DEPOIS, NUNO MELO PREPARA-SE PARA ‘REABRIR’ O PROCESSO DOS SUBMARINOS?

Em 2014, Paulo Portas, foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito, sobre o chamado ‘caso dos submarinos’ e a suspeita nacional e europeia de que teria sido beneficiário de algumas contrapartidas pelas adjudicações dos referidos navios de guerra.

Em 2014, o Ministério Público concluiu, que o negócio dos submarinos rendeu 27 milhões de euros a arguidos e membros do GES. Quanto a Portas, apesar de suspeito, o processo foi arquivado, contrariamente ao que aconteceu na Alemanha e na Grécia onde houve condenações a penas de prisão por corrupção por parte de elementos do consórcio alemão Ferrostaal. Em Portugal, no Conselho Superior da Família Espírito Santo, realizada a 07 de novembro de 2013, Ricardo Salgado, explicava assim, o pagamento da comissão de 15 milhões, que lhe foi pedida, pelos intermediários do negócio, para o financiamento do mesmo: " A informação que nós temos é que não é para eles, que há uma parte que não é para eles. Eu não sei se é ou não é, mas como hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta, os tipos garantem que há uma parte que tem de ser entregue a alguém em determinado dia.”

Parênteses: Aquela de Ricardo Salgado dizer “hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta…” é, sem dúvida, o momento auto do ‘burlesco’ no nosso país.

Retomando o tema inicial e 10 anos depois do Ministério Publico arquivar o processo e o Parlamento de então, convenientemente paralisado, surge agora o atual ministro da defesa pedindo auditoria aos licenciamentos concedidos pelo ministério desde 2015. Como se compreenderá, alguns dos licenciamentos concedidos em 2015, terão tido a sua génese nos anos anteriores.

Ora, como os processos em Portugal, em regra, são megaprocessos, começando por uma fotocopia e acabando no fabricante das fotocopiadoras, é expetável que se venham a descobrir ligações antigas ao caso dos submarinos e ao consequente desvio das fotocopias.

Quem diria, que seria um elemento do CDS, em 2024, que viria a trazer ao de cima o caso ‘submarinos vs Portas’, e o enigma nele escondido. Isto é que é mesmo, ‘escrever direito por linhas tortas’

quarta-feira, 22 de maio de 2024

 ‘INFLUENCER’

O Ministério Público (MP) lançou uma operação designada de ‘influencer’, que veio a paralisar toda a atividade política do país bem como a da própria investigação. Tudo isto por causa do nome escolhido para a operação. ‘INFLUENCER’. Até o insuspeito Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a mais alta instância judicial do país, ficou paralisado. Tudo isto, mais uma vez, por causa do nome escolhido para a operação. INFLUENCER, ou, como se diria em português, INFLUENCIADOR. Na verdade, na era dos ‘influencers”, profissão digna do digital, eis que o MP descobre ligações desta atividade com o crime. Um ‘influenciador’, por o ser, é um agente do crime. Assim, o qualificou, o MP, pelo menos, aos membros do anterior governo incluindo o primeiro-ministro de então. Na versão inicial que serviu de base à detenção de uns e à demissão do primeiro-ministro, todos eram ‘suspeitos’ de influenciarem alguns negócios do Estado com privados sendo o então primeiro-ministro citado por mais de uma vez nas escutas então feitas. Estes ‘influencers’, por não constarem da lista dos 10 influencers digitais portugueses, mais populares das redes sociais, viraram, obviamente, ‘suspeitos’ ou quase-arguidos, outra figura antijurídica criada pelo MP. É certo que a operação ‘influencer’ foi desencadeada pelo MP, com a colaboração das forças de segurança e em segredo absoluta da polícia judiciaria. O porquê, deste comportamento, aparentemente anómalo do MP, está explicado. Tem a ver com o nome escolhido para a operação. ‘INFLUENCER’. Os jovens magistrados do MP, oriundos da geração y e z, muito alimentados pelas redes sociais, viram nestes ‘influencers’ governamentais, alguns resquícios da chamada ‘cunha’, com retribuição. E assim, de suspeição em suspeição, manda-se gente para a prisão e os que não foram, também não governarão. É a judicialização da política, na versão MP. Passado este tempo todo, mais de 6 MESES, satisfeitas as pretensões da direita portuguesa, na versão ‘mal-amanhada’ de Francisco Sá Carneiro, “uma maioria, um Governo e um Presidente”, eis que o MP e os restantes órgãos superiores da justiça, deram-se conta de que ficaram com o ‘menino nas mãos’. E agora? Agora, o processo sai de cima para baixo e em baixo ficou. Ou seja, quem criou o problema, e chutou para cima (STJ), viu-lhe devolvida a encomenda sem qualquer recomendação. E assim, vai este país à beira-mar plantado. Coisa menor, no meio disto tudo, há pessoas afetadas no seu bom nome, honra e consideração que lhe são devidas. O país, nessa europa ancorado, foi palco de comentários menos abonatórios, por ter um primeiro-ministro e ministros suspeitos de corrupção. Nada que atrapalhe os ‘moços de esquadra’, desta nobre nação.