sexta-feira, 19 de agosto de 2022

𝐎𝐬 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐨𝐬, 𝐠𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞𝐬 “𝐯𝐮𝐥𝐭𝐨𝐬” 𝐝𝐞 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥 (𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐢𝐧𝐨𝐬)

Foi ontem (18-08-2022) noticiado que o grande incêndio da Serra da Estrela foi dado como dominado. Lavrou durante mais de 10 dias e foi um pesadelo diário para as populações, para os bombeiros, para as forças da proteção civil, enfim para todos aqueles que sofrem e combatem o drama alheio. Esta ofensiva do fogo na Serra da Estrela foi um duro golpe para aquela paisagem única. Certamente se saberá mais tarde quem deu causa a tamanho horror. Uma coisa sabemos nós: mais de 50% dos fogos tem origem humana (dolosa ou por descuido); nos restantes casos, desconhece-se a origem. Intrigante!

No meio dos horrorosos incêndios, que tem fustigado o país, há mais de um mês, com particular destaque para este na Serra da Estrela, e, enquanto se choram os mortos e se apoiam as vítimas, com a lentidão exasperante típica destas situações, a comunicação social e os dirigentes partidários erigiram como facto importante em Portugal, durante este dramático período, a escolha e contratação de um "conselheiro" económico, de nome Sérgio Figueiredo, para assessorar o ministro das finanças. Esta pelintrice, da classe política e partidária portuguesa a que se junta uma comunicação social débil e sem estatuto, origina uma incompreensível inversão de valores, misturando o que é essencial em cada momento, pelo acessório, pelo trivial e pelo não-assunto, que alimenta uns quantos da cidade, avençados do acessório.

Sérgio Figueiredo, personalidade de menor relevo e, certamente, não desejando o protagonismo que lhe foi dado, vê-se em pé de igualdade perante os graves problemas com que o povo português está presentemente, e mais uma vez, confrontado.

Um simples cargo de consultor, comparável a tantos "consultores" que povoam a administração pública e a privada (com dinheiros públicos) fez, durante mais de uma semana, as delícias destes abutres, que pretendem levar o caso à Assembleia da República, em detrimento, por exemplo, de se reunirem em sessão permanente, para acompanhar a grave situação que o país atravessa.

Os dirigentes partidários e os avençados do acessório, minam os fundamentos do Estado de Direito Democrático e aproximam o país da banalidade, muito frequente nas autoproclamadas repúblicas, que nascem como cogumelos por esse mundo fora.

Portugal é mais, muito mais, que isso. Portugal tem história.

 

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