sábado, 20 de agosto de 2022

𝐀 𝐓𝐞𝐥𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐚, 𝐬𝐞𝐦 𝐡𝐨𝐫á𝐫𝐢𝐨!

Sobretudo, desde 2008 que os portugueses, em formação continua, tem recebido aulas de economia e finanças, saúde publica (e privada) e incêndios florestais, através dos maiores especialistas e académicos que há no país nestas diferentes áreas. Já antes, entre 2002 e 2010, os portugueses tiveram a cadeira mais difícil da sua formação: o caso “Casa Pia”, ou seja, a denuncia de abusos de menores envolvendo várias crianças acolhidas pela Casa Pia de Lisboa, uma instituição gerida pelo Estado português para a educação e suporte de crianças pobres e órfãos menores.

A aparente disponibilidade e desinteresse com que a maioria dos especialistas pôs ao serviço dos portugueses os seus saberes é, a todos os títulos, merecedor do nosso profundo reconhecimento. Durante mais de 20 anos, nas áreas em foco nos respetivos períodos, recebemos os maiores ensinamentos sobre o que era necessário fazer para resolver os problemas em crise e, com o desleixo próprio de um povo que não acredita nos seus, fomos adiando as soluções ou, o que é pior, fazendo o seu contrário. Hoje (ainda na crise dos incêndios florestais e abusos sexuais de menores por membros da igreja Católica), voltamos a demonstrar a nossa interrogação perante os ensinamentos diários e, o que é ainda pior, temos uma leve suspeição de que os peritos são antigovernamentais. Não é o saber destes peritos reconhecidos que estão em causa, pois que nos falta ciência para tanto, o que verdadeiramente põe em causa estes cientistas e/ou académicos mais recuados, são os “avençados do acessório” que diariamente “botam faladura” em pé de igualdade com os peritos. Resultado: está a dúvida instalada. Será mesmo que houve abuso sexual de menores na Casa Pia? Será mesmo que os portugueses precisaram da intervenção da “troika” para ajudar (financiar) durante a chamada crise do subprime? Será mesmo que o país foi assolado pelo vírus do covid-19, ao ponto de suspender as liberdades individuais (e coletivas)? Será mesmo que os portugueses (leiam-se bombeiros e outros) sabem apagar os fogos? Todas estas “dúvidas” foram levantadas em simultâneo por peritos e “avençados do acessório”. Não admira que a dúvida se tenha instalado. Afinal, à sua maneira, todos são “peritos”, com capacidade (maior ou menor) de influenciar quem ouve e vê. Nós queremos acreditar que quem se dispõe a informar-nos o faz desinteressadamente apenas com o intuito de percebermos algumas das situações que mais nos aflige. É certo que não devemos acreditar em tudo, sobretudo se a informação é prestada pelos “avençados do acessório” que, de uma maneira geral, falam sem qualquer conhecimento de causa. Estes, são um pouco, como as “revistas cor-de-rosa”, vazias de conteúdo que fazem apelo ao irracional que está em cada um de nós. Os peritos comprometidos, não com a ciência e ou/conhecimento, mas antes com as “modas” políticas do momento, são, contudo, os mais perigoso, pois pelas vestes de cordeiro, são verdadeiros lobos que solitários ou em alcateia vão minando a confiança dos cidadão nas suas instituições. Normalmente ao serviço de interesses ocultos estes, conjuntamente com os “avençados do acessório”, são os verdadeiros culpados do atraso da nossa sociedade, pois debitam diariamente incertezas, dúvidas e incompreensões, que obviamente criam temores nas populações.  E fazem-no, a coberto da liberdade de expressão, princípio caro à nossa democracia. Sempre foi assim, para alguns: usam um bem maior para o exercício da mediocridade e insensatez, atropelando ostensivamente os direitos dos outros. Com cobertura mediática, dispõe-se a tudo até serem distratados. A partir daí, passam ao anonimato ou são arguidos. Até que isso aconteça, levamos com eles até à exaustão.

Pobre país, que ainda não consegue separar o “trigo do joio” !

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

𝐎𝐬 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐨𝐬, 𝐠𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞𝐬 “𝐯𝐮𝐥𝐭𝐨𝐬” 𝐝𝐞 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥 (𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐢𝐧𝐨𝐬)

Foi ontem (18-08-2022) noticiado que o grande incêndio da Serra da Estrela foi dado como dominado. Lavrou durante mais de 10 dias e foi um pesadelo diário para as populações, para os bombeiros, para as forças da proteção civil, enfim para todos aqueles que sofrem e combatem o drama alheio. Esta ofensiva do fogo na Serra da Estrela foi um duro golpe para aquela paisagem única. Certamente se saberá mais tarde quem deu causa a tamanho horror. Uma coisa sabemos nós: mais de 50% dos fogos tem origem humana (dolosa ou por descuido); nos restantes casos, desconhece-se a origem. Intrigante!

No meio dos horrorosos incêndios, que tem fustigado o país, há mais de um mês, com particular destaque para este na Serra da Estrela, e, enquanto se choram os mortos e se apoiam as vítimas, com a lentidão exasperante típica destas situações, a comunicação social e os dirigentes partidários erigiram como facto importante em Portugal, durante este dramático período, a escolha e contratação de um "conselheiro" económico, de nome Sérgio Figueiredo, para assessorar o ministro das finanças. Esta pelintrice, da classe política e partidária portuguesa a que se junta uma comunicação social débil e sem estatuto, origina uma incompreensível inversão de valores, misturando o que é essencial em cada momento, pelo acessório, pelo trivial e pelo não-assunto, que alimenta uns quantos da cidade, avençados do acessório.

Sérgio Figueiredo, personalidade de menor relevo e, certamente, não desejando o protagonismo que lhe foi dado, vê-se em pé de igualdade perante os graves problemas com que o povo português está presentemente, e mais uma vez, confrontado.

Um simples cargo de consultor, comparável a tantos "consultores" que povoam a administração pública e a privada (com dinheiros públicos) fez, durante mais de uma semana, as delícias destes abutres, que pretendem levar o caso à Assembleia da República, em detrimento, por exemplo, de se reunirem em sessão permanente, para acompanhar a grave situação que o país atravessa.

Os dirigentes partidários e os avençados do acessório, minam os fundamentos do Estado de Direito Democrático e aproximam o país da banalidade, muito frequente nas autoproclamadas repúblicas, que nascem como cogumelos por esse mundo fora.

Portugal é mais, muito mais, que isso. Portugal tem história.

 

terça-feira, 9 de agosto de 2022

𝐁𝐢𝐚 𝐅𝐞𝐫𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚 (𝐐𝐮𝐞𝐦 é 𝐞𝐥𝐚?)

Ignorância minha! É uma cantora brasileira, ativista, de 29 anos de idade.

Vem cantar à “Festa do Avante”, com o propósito (diz ela), “… para denunciar os estragos que o povo português deixou aqui no Brasil.”. Dito desta forma, das duas uma: ou a cantante está fora do Brasil há muito tempo ou (o que é mais provável), erigiu a colonização portuguesa (finda há mais de 200 anos), como um acontecimento da atualidade, certamente, pelas amarguras diárias brasileiras.

Saramago, em 1997, respondia ao Jô Soares, o seguinte: “Vocês estão cheios de japoneses, estão cheios de alemães, estão cheios de italianos, estão cheios de tudo quanto é … e nós é que temos a culpa de tudo…

Bia Ferreira sabe quem era Jô Soares? Já não digo José Saramago, esse, na festa do avante, irá conhecer postumamente, entenda-se, a sua vida e obra!...