Não li a entrevista de António Barreto (AB) ao jornal Expresso, mas li o “Postal do Dia” do Luís Osório (no FB), que chegou e sobrou para confirmar a ideia que tinha sobre o seu conteúdo face ao título que a encimava. “A Justiça do antigo regime era mais séria do que a de agora”. Claro que AB, reduz a justiça ao “Ivo e ao Alexandre”. Coitados dos juízes de instrução criminal que há por esse Portugal a fora, do Minho ao Algarve.
Produto do estalinismo e fervoroso adepto
da ditadura do proletariado, AB faz uma incursão na democracia pluralista,
nascida com o 25 de abril de 74, com a adesão ao PS em dezembro de 1974,
experimentando o pluralismo democrático, com as dificuldades inerentes de quem
tem uma conceção ditatorial da vida em sociedade, aceitando com muita dificuldade
o exercício das liberdades pelo conjunto dos cidadãos.
A passagem pelo PS, foi “sol de pouca
dura”. Afastou-se do PS para apoiar o projeto da Aliança Democrática,
liderado por Francisco Sá Carneiro, com o efémero Movimento dos Reformadores, em
1978.
Pouco mais de três anos de democracia
pluralista, com diversidade de opiniões e posições, AB, já cansado de tanta
democracia, inicia o retorno às origens políticas, mas de forma apartidária.
Paulatinamente, nos palcos que lhe são montados pelos beneficiários da democracia
de abril, vai perorando subtilmente pelas desvantagens da democracia pluralista
e pelos benefícios de um regime forte assente em instituições fortes sem escrutínio,
como, por exemplo, os tribunais especiais de justiça “séria”, as corporações que
enquadram disciplinadamente as profissões, a construção do pensamento único,
com base em homens de “exceção”, sem mistura rácica, um pouco à semelhança de
Estaline.
António Barreto não é a Zita Seabra.
Esta, rapidamente despiu as vestes comunistas e aderiu à sociedade de consumo
incluindo espiritual, num ápice. Era uma camarada proletária, no
verdadeiro sentido do termo.
António Barreto é muito mais sinistro.
Verdadeiramente nunca despiu as vestes totalitárias do seu pensamento e ideologia.
Era um camarada da elite do pensamento. Um condutor. Estava-lhe
garantida uma datcha, se não tivesse mudado de rumo.
Assim, resta-lhe angariar uns “rublos”
numa fundação dos homens da distribuição …
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