Entre outras coisas, será um espaço de crítica actual de factos (ou fatos) e acontecimentos que ocorrem e sucedem no nosso país e que potenciam o nosso crescente "direito à indignação". Será também, um espaço de opinião livre, mas responsável, sobre temas diversos. Sevla
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
O RECALCAMENTO
A historiadora M. Fátima Bonifácio, no Público de (04/09/2013), escreve um artigo intitulado "A insuportável arrogância da esquerda." Porquê? Diz, pela forma como acolheu a morte de António Borges em contraste com aquela que dispensou à morte de Miguel Portas que, na sua opinião, terá provocado uma "comoção homérica". Com o devido respeito, este artigo parece um pouco requentado e até mais propriamente, ressabiado e, seguramente, desajustado, senão mesmo um ajuste de contas com os comunistas (os que comem criancinhas) e os socialistas não alinhados, que como diz a historiadora “apesar de tudo não renega as suas remotas origens, como um filho não renega um pai alcoólico ou ladrão". O exemplo é bastante elucidativo, do estado de espírito da Senhora Professora. Convém recordar, antes de mais, que Miguel Portas faleceu em Abril de 2012 e António Borges faleceu em Agosto de 2013. Quase um ano depois. Porque raio se lembrou agora a Senhora Professora, de escrever um artigo comparativo entre o tratamento dado a cada uma destas mortes, e destilar anticomunismo primário por todos os poros, sobre aquilo que ela diz ter sido um tratamento desigual? Lembro à Senhora Professora, que em Janeiro de 2011 morreu um “Capitão de Abril” e na mesma altura deu-se a morte (por assassinato) de um colunista social, a que a direita estúpida, publicada, no governo e na presidência, com uma “insuportável arrogância”, deu tal destaque ao society que, ai sim, terá provocado uma “comoção homérica”, perante um quase virar de página relativamente ao “Capitão de Abril”. Não me lembro (mas posso estar enganado) de ter lido ou ouvido alguma coisa da Senhora Professora, sobre tamanha grosseria. Creio, por isso, que, sem ofensa, é muito mais apropriado ao “Capitão de Abril” as últimas palavras do seu artigo que eu, de esquerda, sem preconceitos, peço licença para aqui as reproduzir: “Para o ["Capitão de Abril"]está naturalmente guardada uma olímpica indiferença ou um aberto desprezo”. Mas voltando «à vaca fria», o artigo da Senhora Professora de requentado, só poderá dissimular um certo mal estar que foi sentido por todo o país, pelo tratamento, ai sim, desigual, dado pelo Senhor Presidente da República à morte de António Borges em comparação com o não destaque às mortes dos bombeiros, tragicamente acontecidas nos combates aos incêndios. Aí é que a “insuportável arrogância da direita”, mais estúpida, se fez sentir, o que deverá ter levado a Senhora Professora a sentir-se incomodada, e com razão. Não sei se a Senhora Professora se apercebeu que o maior clamor que se gerou aquando da morte do Prof. António Borges, não foi o facto de o Presidente da Republica (em nome da nação) ter prestado homenagem pública que entendeu devida, mas o não ter tido a mesma atitude pública em nome de todos nós de prestar homenagem aos soldados da paz que morreram no combate aos incêndios. Creio que foi esta provocação do PR aos portugueses, que fez com que se cavasse o fosso da indisponibilidade para se aceitar tratamentos bastantes diferenciados em situações de grande tragédia para o país e para os portugueses. Dá-me a entender que a Senhora Professora quis fazer um "aproveitamento" desta situação, para limpar a "bílis" e, de certa forma, para “salvar” um dos seus. Posso estar enganado! Neste ponto, os actos ficam para que os pratica. A democracia conquistada em 25 de Abril, tem destas coisas….
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