Orçamento do Estado para 2025 - Os rituais de acasalamento
Hoje, assiste-se de novo, aos
rituais tradicionais de acasalamento para aprovação do OE para 2025. Tal como
nas espécies, há quem esteja numa postura de “louva-a-deus”, ou seja, disposto
a arrancar a cabeça de seu parceiro e comê-la. O atual Presidente da República,
perante os rituais, dramatiza. Têm de acasalar. “Se não houver Orçamento, há
crise política e económica", avisa. Claro, que isto não é verdade. A
verdade é anterior. Ao desfazer uma maioria absoluta, o atual Presidente da
República, deu origem a uma maioria relativa, de mais um deputado, de um
partido ‘nado morto’, o CDS. Mas, canhestramente, fez cumprir o sonho de Sá
Carneiro: "uma maioria [que não tem], um governo e um Presidente".
Valeu o esforço? É evidente que não. Fica, aliás, por saber se Sá Carneiro
aprovaria tão desajeitada solução.
Forçar o acasalamento, não está a
dar bom resultado. A impotência do Presidente, está a interferir negativamente
nos rituais de acasalamento, tornando-os ineficazes, por ausência de ‘vontade’.
Há quem, de resto, não queira participar em tais rituais, com medo de se ver
envolvido numa qualquer ‘agregação reprodutiva’. Em resumo: “há mais vida para
além do Orçamento”.
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