sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Luís Montenegro (O homem dos “telhados de vidro”)

Temos de concordar que o Governo PS tem primado pela ausência de critérios de honorabilidade na escolha de membros do governo, o que afeta, em primeiro lugar, o prestígio do proprio Estado Português quer internamente quer externamente. Dir-se-á que os convidados, em alguns casos, têm falta de discernimento ou, o que é pior, falta de sentido de Estado e das exigências do serviço público. Para mim, estas são as sequelas da existência de um “centrão” partidário, que governou durante demasiado tempo o nosso país. Ele, o “centrão”, habituou-se durante muito tempo a trocar favores entre os seus membros, tendo por principal fonte de alimentação o Estado, na sua vertente pública e na sua vertente empresarial. Passados quase 50 anos depois de Abril e quase 10 anos daquilo que se supunha ser a eliminação do “centrão” na distribuição das benesses da “coisa pública” é triste ver que os descendentes do “centrão” estão impregnados dos malefícios deixados pelos seus ascendentes politico partidários e revelam comportamentos e atitudes, que fazem corar de vergonha qualquer pessoa que se prese. Num governo de qualquer país democrático, devem estar os melhores nas suas áreas de competência, sem dúvida, mas, acima de tudo, devem estar pessoas dignas para servir o país. Quem olha para um cargo público, com a mesma dimensão que olha para um cargo privado, não está à altura, sequer, do convite. E quem convida, não pode ser surpreendido. António Costa e os seus ministros, têm de saber retribuir a confiança que o povo português lhes depositou. António Costa, foi o primeiro a “rebentar” com o “centrão”. Essa é-lhe devida. Porém, não pode baixar os braços. Uma parte do PS anterior, fez parte do “centrão”. Também tem descendência. Não pode, por isso, cair no ridículo do presidente do PSD, Luís Montenegro, que nem um vice-presidente de bancada parlamentar, sem mácula, sabe escolher. Ou que nos anos de oposição que já leva, se vem servindo da coisa publica, através de amigalhaços, de uma forma escandalosa e sem precedentes. Nada que o atormente ou o envergonhe, diga-se. Mesmo que a “bernarda” esteja a rebentar-lhe nas mãos" o líder do PSD diz que “do ponto de vista legal, moral e ético, nada [há] a apontar na prestação desses serviços" (contratos de prestação de serviços de advocacia entre a sociedade de que foi sócio e as câmaras de Espinho e Vagos, alvo da operação Vórtex da PJ, no valor total de 400 mil euros, durante os últimos oito anos). E quanto ao seu grande amigo e vice-presidente da bancada do partido, Joaquim Pinto Moreira, visado na operação Vórtex, anunciou o líder ao jornal Expresso que ele renunciou aos cargos de vice-presidente da bancada do partido e presidente da comissão de revisão constitucional.

Palavras para quê? É um artista português!...

 

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