José António Saraiva (JAS), escreveu sobre as “marias rapaz”, mais propriamente, sobre a “promoção desenfreada do futebol feminino” que, no seu dizer, “não tem nada que ver com desporto, não tem nada que ver com futebol, tem que ver com política. É a ‘ideologia de género’ a funcionar.” Não contente, dispara: “Quando vejo um jogo de futebol feminino arrepio-me ao ver certos choques, ao assistir a lances em que as jogadoras levam violentas pancadas no peito. E pergunto-me: será que não sofrem com isso? Que, no futuro, não virão a ter problemas por causa disso?
Evidentemente, que (JAS) é um
amante de futebol (masculino) e, na boa tradição portuguesa, este desporto é
para homens e só homens. Foi assim durante muitos anos e não há razão para que
assim não seja, segundo (JAS). Os argumentos, como os acima exemplificados, são
de alguém que parou no tempo. Imagine (JAS) que o desporto rei em Portugal era
o râguebi. Este, na sua versão feminina é praticado desde o século XIX,
inicialmente, em Inglaterra, e hoje por todos os países em que o râguebi é o
desporto rei. Se quer “assistir a lances em que as jogadoras levam violentas
pancadas no peito”, não escolha o futebol (soccer), escolha o râguebi. Até
para sua informação, as jogadores do râguebi feminino não levam só “violentas
pancadas no peito”, levam em tudo o que é sítio. E levam, há mais de 140 anos.
Não me diga que no séc. XIX, era a ‘ideologia de género’ a funcionar.” Aliás
esta questão deixa de ser “questão”, quando vemos as mulheres nas fileiras das
forças armadas, na polícia, nos bombeiros, etc. No tempo mental de (JAS) estas
eram atividades exclusivamente de homens, sobretudo de “barba rija”. Será que
os nossos comandantes-em-chefe se deixaram aprisionar pelas “propagandistas da
ideologia de género”? Aqui (JAS) é mudo …!
Nenhum comentário:
Postar um comentário