quinta-feira, 26 de julho de 2018

A decisão de "panteonizar" ilustres figuras (politicas) portuguesas!



As honras de Panteão Nacional destinam-se a homenagear “cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”.
Segundo legislação recente (2016), que altera o regime que define e regula as honras do panteão nacional, estas podem consistir na deposição no panteão nacional dos restos mortais dos cidadãos distinguidos ou na afixação no panteão nacional da lápide alusiva à sua vida e à sua obra. De acordo com outra alteração introduzida, a deposição no panteão nacional dos restos mortais dos cidadãos distinguidos só pode ocorrer 20 anos após a sua morte, enquanto a afixação de lápide alusiva à sua vida e à sua obra pode realizar-se cinco anos após a morte.
Estes são, pois, os objetivos das Honras de Panteão Nacional. Homenagear e Perpetuar a memória de “cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país.”
Desde a sua criação (1836) até há presente data, muitos foram os políticos distinguidos com as honras de panteão nacional, com principal destaque para os Presidentes da 1.ª República, Manuel de Arriaga, Sidónio Pais, Teófilo de Braga e outros.
Merecem destaque, também, Almeida Garrett e Humberto Delgado, o primeiro como escritor e político e o segundo como opositor ao Estado Novo.
Bem recentemente, muitas vozes se levantaram para que fosse atribuído ao Dr. Mário Soares, honras de panteão nacional. Parece indiscutível, que é uma figura fundadora impar da democracia nascida com o 25 de Abril de 1974, cuja luta pela liberdade e democracia começou muita antes de 74 e, por isso, é justíssima a merecidíssima a homenagem e a perpetuação da sua memória, com as honras de Panteão Nacional.
“Ontem”, outras vozes se levantaram para que fosse atribuído ao Dr. Sá Carneiro, também, honras de panteão nacional. É, na verdade, um distinto liberal que, enquanto viveu, deu à causa da democracia contributos relevantíssimos e faz parte daqueles a quem o país deve a força do pluralismo e da democracia representativa. Morreu nas condições trágicas que se conhecem no exercício político da função de primeiro-ministro, no curto mandato de onze meses. É uma personalidade que se distinguiu sem dúvida, por relevantes serviços prestados ao país.
“Hoje”, á vozes que se levantam a dizer que isto mais parece um “Benfica/Sporting”. Deixando de lado o mau gosto da comparação, é evidente que a sociedade portuguesa é plural e cada um defende a atribuição de honras de panteão nacional, àqueles políticos que, na sua ótica, são merecedores de tal distinção, pelos relevantes serviços prestados à democracia, à dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade.
Não espantará, por isso, que vozes se levantem a regatear tais honras, também, para o Dr. Álvaro Cunhal. E porque não?


Nenhum comentário:

Postar um comentário