terça-feira, 26 de julho de 2022

𝐎 “𝐒𝐨𝐥” 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐨!

José António Saraiva (JAS), escreveu sobre as “marias rapaz”, mais propriamente, sobre a “promoção desenfreada do futebol feminino” que, no seu dizer, “não tem nada que ver com desporto, não tem nada que ver com futebol, tem que ver com política. É a ‘ideologia de género’ a funcionar.” Não contente, dispara: “Quando vejo um jogo de futebol feminino arrepio-me ao ver certos choques, ao assistir a lances em que as jogadoras levam violentas pancadas no peito. E pergunto-me: será que não sofrem com isso? Que, no futuro, não virão a ter problemas por causa disso?

Evidentemente, que (JAS) é um amante de futebol (masculino) e, na boa tradição portuguesa, este desporto é para homens e só homens. Foi assim durante muitos anos e não há razão para que assim não seja, segundo (JAS). Os argumentos, como os acima exemplificados, são de alguém que parou no tempo. Imagine (JAS) que o desporto rei em Portugal era o râguebi. Este, na sua versão feminina é praticado desde o século XIX, inicialmente, em Inglaterra, e hoje por todos os países em que o râguebi é o desporto rei. Se quer “assistir a lances em que as jogadoras levam violentas pancadas no peito”, não escolha o futebol (soccer), escolha o râguebi. Até para sua informação, as jogadores do râguebi feminino não levam só “violentas pancadas no peito”, levam em tudo o que é sítio. E levam, há mais de 140 anos. Não me diga que no séc. XIX, era a ‘ideologia de género’ a funcionar.” Aliás esta questão deixa de ser “questão”, quando vemos as mulheres nas fileiras das forças armadas, na polícia, nos bombeiros, etc. No tempo mental de (JAS) estas eram atividades exclusivamente de homens, sobretudo de “barba rija”. Será que os nossos comandantes-em-chefe se deixaram aprisionar pelas “propagandistas da ideologia de género”? Aqui (JAS) é mudo …!

 

quarta-feira, 20 de julho de 2022

𝐎 𝐂𝐄𝐑𝐂𝐎 𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐁𝐀𝐑𝐃𝐄! – 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐗𝐈 (𝐀 𝐫𝐮𝐬𝐬𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚çã𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐭𝐞𝐫𝐫𝐢𝐭ó𝐫𝐢𝐨𝐬 𝐫𝐚𝐩𝐢𝐧𝐚𝐝𝐨𝐬”)

 Volvidos que estão quase 150 dias de invasão da Ucrânia pela Rússia, esta continua a senda de terror e destruição no território ucraniano, com a utilização de um exército que faz roer de inveja os criadores de jogos de guerra, pela precisão com que, diariamente e sem descanso, atingem alvos civis. O exército russo e o seu comandante em chefe, possuidores de um arsenal de guerra, que impressiona, lançam diariamente todo o tipo de munições sobre o território ucraniano, sem qualquer lógica militar nem sobre qualquer objetivo militar. Estes são, aparentemente, objetivos a evitar. O que se vê e ouve é que os russos querem tomar toda a bacia de Donetsk, região histórica, geográfica e cultural do extremo leste da Ucrânia e a sudoeste da Rússia. Este é (era?) o objetivo inicial. Mas agora, “os soldadinhos de chumbo”, dizem que objetivos da Rússia na Ucrânia, vão além de Donbass. Compreende-se que assim seja. Afinal, dispor de armas para atacar alvos civis e matar civis inocentes, indiscriminadamente, ainda por cima através de um exército de milhares de jovens recrutados à peça, em países arruinados ou subjugados à Rússia, é tarefa que se mostrou demasiadamente fácil e apetecível, para o governo russo, que conta com a apatia “silencioso” do seu povo. A tudo isto acresce, a chamada russificação dos territórios ucranianos rapinados, após a invasão de 24 de fevereiro de 2022. Na verdade, a Rússia está agora a tentar estabelecer o controlo económico e governamental sobre o território ucraniano rapinado e ocupado. Esta situação indica que os russos estarão a preparar-se para criar uma série de “republicas populares” russas, culminando na anexação direta de parte do território ucraniano rapinado e ocupado. São cinco os indicadores, de como os russos estão a proceder, para este efeito. Primeiro, através da implementação da moeda russa: sabe-se que os representantes russos em território ucraniano rapinado e ocupado, nas autoproclamadas “republicas populares” de Donetsk e Lugansk, têm usado o rublo desde 2015. Também as forcas de rapina e ocupação russas em Kherson implementaram um período de transição de quatro meses para mudar a moeda da cidade para rublos russos. Também o comércio em Melitopol e Volnovakha, cidades rapinadas e ocupadas pelos russos, estão a fazer a transição para o rublo russo desde 01 de maio, passado; Segundo, através da substituição de governos locais: São vários os testemunhos e as autoridades ucranianas confirmam que, em várias cidades, os órgãos decisores foram substituídos por representantes russos, incluindo governadores regionais, conseguindo, assim, obter um maior e efetivo controlo administrativo de áreas recém capturadas e rapinadas; Terceiro, através da realização de referendos: Com a substituição das autoridades locais supracitadas, as forças russas estão desde maio a trabalhar na recolha de dados pessoais de ucranianos em Oblasts (distritos) do Sul do pais. As forças de rapina ocupantes pretendem falsificar referendos já́ previamente planeados. Para o efeito, o Kremlin está já́ com planos avançados para a realização de um referendo sobre a independência de uma nova “república popular de Kherson” e, eventualmente, nos Oblasts de Zaporizhzhia e Odessa; Quarta, através do controlo das comunicações: Em grande parte dos territórios rapinados e ocupados, os russos impuseram uma interrupção nos serviços de internet, cortando grande parte cabos de fibra ótica naquelas áreas, tudo isto com a intenção clara de limitar a liberdade de informação. Por outro lado as forças de rapina e de ocupação russos estão a instalar equipamentos “MegaFon” (operadora de telemóveis e de telecomunicações da Rússia) no Oblast de Kharkiv, procurando aumentar o controlo sobre redes telefónicas e de internet em áreas que as forças russas de rapina e ocupação atualmente ocupam ou pretendem ocupar; E, em Quinto lugar, as forças de rapina e ocupação russa, pretendem romper os laços culturais entre os territórios rapinados e ocupados pela Rússia e o Estado ucraniano a longo prazo. Serve de exemplo, a única escola que permaneceu aberta em Mariupol foi proibida de ensinar a língua ucraniana e só ensina russo desde o final do passado mês de Abril. Não nos podemos esquecer, do rasto de pilhagem que tem acontecido nos territórios rapinados e ocupados pelos russos. A ladroagem é assustadora, muito próxima da que os nazis praticaram em territórios igualmente rapinados e ocupados.

É esta a realidade da dita “operação especial” russa sobre a Ucrânia. Cidades, vilas e aldeias, destruídas, com milhares de mortos, feridos, desaparecidos, refugiados e vidas despedaçadas. Saque, pilhagem, e destruição dos símbolos nacionais da Ucrânia e russificação dos territórios rapinados e ocupados. Isto em pleno séc. XXI, na Europa…!