sábado, 2 de novembro de 2013

O GUIÃO DA REFORMA DO ESTADO

Como diz Pacheco Pereira, “Há uma metáfora do Camilo que se aplica ao guião da Reforma do Estado: ‘Saiba vossa excelência que comi os seus miolos ao almoço e me encontro em jejum” e o mesmo se aplica ao guião”.

É bem verdade que o documento apresentado por Paulo Portas (PP), que dá pelo nome de "Guião da Reforma do Estado" (GRE), não passa de um documento vazio, cheio de lugares comuns e que mais não é do que um draft de programa de governo, para a legislatura que vem a seguir em 2015. Mas se assim é, porque raio se viu este governo na "obrigação" de apresentar uma reforma do Estado, em prazo que nunca poderia cumprir, nem dispondo das forças politicas qualificadas, para o fazer?

Especula-se, que esta foi a maneira que Pedro Passos Coelho (PPC) arranjou, para dar de garantia ao Presidente Cavaco Silva (PCS), de estabilidade na coligação e certeza de que a mesma não voltaria a ser rompida por (PP). Ou seja, dar a (PP) o cargo de Vice e amarrá-lo à reforma do Estado em conjugação com o acompanhamento das sessões de avaliação da troika, eram garantias suficientes de alimentação do ego deste político rasteiro, ou, como diz Lobo Antunes, com muita propriedade, que faz de parte de um governo que não passa de "um bando de meninos".

É evidente que o desmesurado ego de (PP) rapidamente se sobrepôs à ética e verticalidade pelo que aquilo que num dia era irrevogável no dia seguinte já era revogável. Foi, pois, esta cegueira, que o fez cair na esparrela de se obrigar a apresentar, em tempo, um Guião para a Reforma do Estado.

Repetir o que se passou até ao dia da apresentação daquele "papel" (Manuela Ferreira Leite), não é saudável e dá bem a dimensão deste "bando de meninos", que no âmbito das suas birras, sujeita o país e os portugueses a mais um dano, neste caso, superior a dois mil milhões de euros.

Porém, parece não haver interesse em pedir uma verdadeira prestação de contas.

Por isso, Paulo Portas apareceu no passado dia 30 de Outubro, perante as câmaras de televisão, nas vestes de um mago da predigitação de ideias, fazendo sair da capa de político sem escrúpulos números especializados de política que o público cada vez menos aprecia e se sente envergonhado pela triste representação decadente destes seus representantes.

Estes jovens velhos políticos como Paulo Portas, são hoje questionados no dia a dia e alvo de uma repulsa generalizada. Os mais cautelosos, «já partiram para outras paragens», os mais afoitos e de ego exuberante, como Paulo Portas, só percebem quando as coisas lhes acontecem. 

Foi assim com Luís Filipe Meneses e outros...  

P.S.: O Guião para a reforma do Estado é para Teixeira dos Santos: "...um documento que eu diria feito por um aluno que tinha de apresentar um trabalho, que falhou o prazo, que não estudou a matéria e, instado a apresentar o trabalho, o escreveu à pressa, foi à Wikipedia buscar umas ideias, fez um corta e cola e apresentou o documento.

Palavras para quê? É um artista português!...